Câmara aprova texto-base do projeto que regulamenta terceirização
Câmara aprova texto-base do projeto que regulamenta terceirização
A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira 8,
por 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções, o texto principal do
projeto de lei que trata da regulamentação do trabalho terceirizado no Brasil.
Os destaques e sugestões de alterações serão discutidos na próxima semana.
Apenas três partidos – PT, PCdoB e Psol – orientaram seus
parlamentares a votarem contra o projeto. O Pros e o bloco formado por PRB,
PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL e PTdoB liberaram as bancadas.
PSDB, PSD, PR, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PPS, PV e o
bloco composto por PMDB, PP, PTB, PSC, PHS e PEN determinaram voto a favor da
terceirização.
Um acordo de procedimentos entre os partidos deixou a votação
dos destaques para a próxima terça-feira 14, quando pontos polêmicos deverão
ser decididos em votações separadas. O substitutivo apresentado pelo deputado
Arthur Oliveira Maia (SD-BA), que relatou a matéria em Plenário em nome das
comissões, manteve, por exemplo, a possibilidade de a terceirização ocorrer em
relação a qualquer das atividades da empresa.
O texto não usa os termos atividade-fim ou atividade-meio,
permitindo a terceirização de todos os setores de uma empresa. Os opositores do
projeto argumentam que isso provocará a precarização dos direitos trabalhistas
e dos salários. Esse deve ser um dos pontos a serem debatidos por meio de
destaques na próxima semana.
De acordo com o relator, o texto segue “uma linha média capaz
de atender os trabalhadores, os empresários e a economia brasileira”,
destacando que muito da precarização do trabalho terceirizado decorre da falta
de uma regulamentação.
Retenção antecipada
A pedido do Ministério da Fazenda, o relator incluiu no texto
a obrigação de a empresa contratante fazer o recolhimento antecipado de parte
dos tributos devidos pela contratada.
Deverão ser recolhidos 1,5% de Imposto de Renda na fonte ou
alíquota menor prevista na legislação tributária; 1% da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL); 0,65% do PIS/Pasep; e 3% da Cofins.
Atividade econômica
O texto votado nesta quarta-feira prevê que, quando o
contrato de terceirização for entre empresas que pertençam à mesma categoria
econômica, os empregados da contratada envolvidos no contrato serão
representados pelo mesmo sindicato dos empregados da contratante, observados os
respectivos acordos e convenções coletivas de trabalho.
Proibição de sócios
Segundo a redação aprovada, não poderão atuar como empresas
contratadas na terceirização aquelas cujo sócio ou titular seja administrador
ou equiparado da contratante ou tenha relação de pessoalidade, subordinação e
habitualidade.
Também não poderão ser sócios ou titulares aqueles que tenham
trabalhado na empresa contratante ou prestado serviços a ela nos últimos dois
anos, exceto se forem aposentados.
Responsabilidade
Quanto à responsabilidade da empresa contratante do serviço
terceirizado, ela será solidária ou subsidiária em relação às obrigações
trabalhistas e previdenciárias devidas pela contratada.
Se a contratante fiscalizar o recolhimento e pagamento dessas
obrigações, exigindo sua comprovação, a responsabilidade será subsidiária.
Nesse caso, a contratante somente poderá ser acionada na Justiça pelo
recebimento dos direitos se a contratada não puder pagá-los após ter sido
processada.
A responsabilidade será solidária se a contratante não
comprovar que fiscalizou os pagamentos. Nesse caso, as duas empresas
responderão perante a Justiça pelos direitos trabalhistas e previdenciários.
O texto do relator Arthur Maia prevê ainda que, no caso de
subcontratação, permitida apenas quanto a serviços técnicos especializados, as
regras sobre a responsabilidade se aplicarão tanto à contratante no contrato
principal e àquela que subcontratou os serviços.
A bancada maranhense na Câmara é composta por 18 deputados
federais, deste, apenas 17 votaram, faltou Sarney Filho (PV).Veja abaixo a
lista de quem votou (sim) contra os trabalhadores, e quem votou (não),contra a
terceirização, assim, a favor dos trabalhadores.
Veja como votou cada deputado, conforme lista disponível no site da Câmara dos Deputados.
Rubens Pereira Júnior
|
PC do B
|
MA
|
Não
|
Deoclides Macedo
|
PDT
|
MA
|
Sim
|
Weverton Rocha
|
PDT
|
MA
|
Sim
|
André Fufuca
|
PEN
|
MA
|
Sim
|
Junior Marreca
|
PEN
|
MA
|
Sim
|
Hildo Rocha
|
PMDB
|
MA
|
Sim
|
João Marcelo Souza
|
PMDB
|
MA
|
Sim
|
Eliziane Gama
|
PPS
|
MA
|
Não
|
Cleber Verde
|
PRB
|
MA
|
Sim
|
Juscelino Filho
|
PRP
|
MA
|
Sim
|
José Reinaldo
|
PSB
|
MA
|
Sim
|
João Castelo
|
PSDB
|
MA
|
Sim
|
Aluisio Mendes
|
PSDC
|
MA
|
Sim
|
Pedro Fernandes
|
PTB
|
MA
|
Não
|
Victor Mendes
|
PV
|
MA
|
Sim
|
Waldir Maranhão
|
PP
|
MA
|
Sim
|
Zé Carlos
|
PT
|
MA
|
Não
|
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