Ao se despedir do TJMA Desembargador Raimundo Nonato de Souza lembra momentos difíceis vividos em Alto Parnaíba
"Nem as situações adversas e os momentos de dificuldade, como quando era juiz em Alto Parnaíba, o fizeram desistir da carreira.
"Seja independente, porque o juiz não pode deixar de ter
independência". O conselho para o sucessor é do desembargador Raimundo
Nonato de Souza, embora não saiba ainda qual nome será eleito para
substituí-lo.
O magistrado completa 70 anos no próximo dia 26 - idade
máxima permitida por lei para trabalhar no serviço público. A aposentadoria se
aproxima depois de 32 anos de magistratura, seis dos quais como desembargador
do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).
Poucos dias antes do "descanso" na magistratura,
Souza participará de três sessões na penúltima semana de maio: plenária
jurisdicional, no dia 22; 2ª Câmara Criminal, 23; e Câmaras Criminais Reunidas,
24; além das sessões semanais.
Avesso a férias, o desembargador lembra que o TJMA é um dos
tribunais mais produtivos do Brasil. Nem as situações adversas e os momentos de
dificuldade, como quando era juiz em Alto Parnaíba, o fizeram desistir da carreira.
"Dispararam vários tiros contra mim e minha mulher. Não
acertaram porque queriam me amedrontar", avalia. "Escolhi minha
profissão desde criança: queria ser juiz de Direito. Tudo aquilo que eu
desejei, eu consegui", orgulha-se.
O desembargador diz que vai sentir saudade da amizade dos
colegas de Tribunal. Depois da aposentadoria, vai dedicar parte do seu tempo à
pecuária e agricultura. Mas para quem tem toda uma família atuante no Direito,
talvez não seja fácil ficar totalmente afastado da área num futuro próximo.
"Posso ser consultor dos meus filhos", sugere.
Perfil - Raimundo Nonato de Souza nasceu em Presidente Dutra
(à época, o município se chamava Curador), onde concluiu o ensino primário na
escola Paroquial São Bento. Nos anos 60, veio para São Luís, onde cursou o
ginásio no Colégio Getúlio Vargas. Concluiu o antigo 2º Grau no Colégio
Agrícola de Brasília. Formou-se em Direito, em 1975, pela Universidade Federal
do Maranhão. É casado com Eunice Gabriel Silva de Souza, com quem tem três
filhos: Salk Silva de Souza, Sérgio Silva de Souza e Sandro Silva de Souza.
Exerceu a advocacia de 1976 a 1979, com escritório na capital
maranhense. Foi professor secundário no Colégio Agrícola do Maranhão, no
período de 1968 a 1969, lecionando também nos colégios Ivar Saldanha e
Alvorada. Supervisor do projeto "João de Barro", em São Luís, de 1969
a 1976, trabalhou na Secretaria de Educação. Concursado do Ministério Público,
atuou como promotor de Justiça junto às comarcas de São Raimundo das Mangabeiras,
Itapecuru, Santa Inês e Presidente Dutra.
Promovido por merecimento, assumiu como titular a comarca de
Alto Parnaíba, em 1978. Em seguida, passou a responder pela Procuradoria, junto
à Justiça Militar, em São Luís. Aprovado para o cargo de juiz de Direito e
nomeado em 8 de janeiro de 1981, iniciou suas atividades judicantes naquele
mesmo ano na comarca de Presidente Dutra. Foi promovido, por antiguidade, até
chegar à capital em 1992.
Na comarca de São Luís, foi titular da 4ª Vara Criminal e da
7ª Vara Cível, onde permaneceu até ser promovido, também por antiguidade, ao
cargo de desembargador, tomando posse no dia 18 de abril de 2007. Recebeu
homenagens do Tribunal de Justiça do Maranhão em três oportunidades, com as
medalhas do Mérito Judiciário e Medalha "Desembargador Bento Moreira
Lima", por relevantes serviços prestados ao Judiciário maranhense.
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